sábado, 23 de fevereiro de 2013

Noronha começa a intervir no controle da dengue com base em dados científicos.




O arquipélago de Fernando de Noronha vai começar a intervir no controle do transmissor da dengue com base em dados científicos. O projeto acontece graças a uma parceria entre o Conselho de Saúde do arquipélago e a Fiocruz Pernambuco, com a implantação do Sistema de monitoramento e controle populacional do Aedes aegypti (SMCP-Aedes).

Com infestação pelo Aedes aegypti semelhante à de outras cidades brasileiras, o arquipélago tem uma densidade do mosquito menor que as registradas no Recife (PE).
Atualmente,  Noronha conta com 103 armadilhas (ovitrampas) para captura de ovos do mosquito. A ideia é saber os locais de maior população do Aedes, os períodos do ano de maior infestação pelo vetor e as áreas de maior risco de transmissão da dengue, entre outras informações. A localização de cada uma delas é registrada com um aparelho de GPS.

A implantação do SMCP-Aedes em Noronha começou em outubro de 2010. O sistema revelou que em todos os meses foi constatada a presença do mosquito em 92% a 98% dos imóveis pesquisados nas 15 vilas existentes na localidade. A densidade de ovos do mosquito por casa variou em cada mês, ficando na média de 40 a 320. De 2011 a 2012 houve crescimento da população de mosquito e os meses de pico nos dois anos foram março, abril e maio, mesmo período de maior intensidade dos casos de dengue. A menor densidade de mosquito ocorreu de dezembro a fevereiro.

A Vila Boldró apresentou em 2011 a maior densidade do inseto e de número de casos de dengue. Em outubro de 2011 foram eliminados mais de 20 mil ovos em 89 imóveis da vila, que foi submetida a um mutirão para eliminação do Aedes e instalação de 180 ovitrampas. De acordo com pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, Lêda Regis, coordenadora do SMCP-Aedes, o conhecimento desses dados dá apoio à tomada de decisões e permite saber o que fazer para o controle do vetor da dengue.

A execução do trabalho exigido pela implantação e funcionamento do sistema, em Noronha, foi realizado pela equipe local da Coordenação Distrital de Saúde de Fernando de Noronha, com apoio científico do Departamento de Entomologia da Fiocruz PE. Essas interferências começaram a ser implantadas no final deste ano. As vilas estão sendo priorizadas, respectivamente, pela presença do vírus dengue, a quantidade de vetores e o número de habitantes. No caso dos imóveis têm prioridade, nessa mesma ordem, os que representam maior risco de transmissão da dengue (hospitais, escolas e pousadas) e os com maior densidade do vetor.

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