Noronha começa a intervir no controle da dengue com base em dados científicos.
O arquipélago de
Fernando de Noronha vai começar a intervir no controle do transmissor da
dengue com base em dados científicos. O projeto acontece graças a uma
parceria entre o Conselho de Saúde do arquipélago e a Fiocruz
Pernambuco, com a implantação do Sistema de monitoramento e controle
populacional do Aedes aegypti (SMCP-Aedes).
Com infestação pelo
Aedes aegypti semelhante à de outras cidades brasileiras, o arquipélago
tem uma densidade do mosquito menor que as registradas no Recife (PE).
Atualmente,
Noronha conta com 103 armadilhas (ovitrampas) para captura de ovos do
mosquito. A ideia é saber os locais de maior população do Aedes, os
períodos do ano de maior infestação pelo vetor e as áreas de maior risco
de transmissão da dengue, entre outras informações. A localização de
cada uma delas é registrada com um aparelho de GPS.
A implantação
do SMCP-Aedes em Noronha começou em outubro de 2010. O sistema revelou
que em todos os meses foi constatada a presença do mosquito em 92% a 98%
dos imóveis pesquisados nas 15 vilas existentes na localidade. A
densidade de ovos do mosquito por casa variou em cada mês, ficando na
média de 40 a 320. De 2011 a 2012 houve crescimento da população de
mosquito e os meses de pico nos dois anos foram março, abril e maio,
mesmo período de maior intensidade dos casos de dengue. A menor
densidade de mosquito ocorreu de dezembro a fevereiro.
A Vila
Boldró apresentou em 2011 a maior densidade do inseto e de número de
casos de dengue. Em outubro de 2011 foram eliminados mais de 20 mil ovos
em 89 imóveis da vila, que foi submetida a um mutirão para eliminação
do Aedes e instalação de 180 ovitrampas. De acordo com pesquisadora da
Fiocruz Pernambuco, Lêda Regis, coordenadora do SMCP-Aedes, o
conhecimento desses dados dá apoio à tomada de decisões e permite saber o
que fazer para o controle do vetor da dengue.
A execução
do trabalho exigido pela implantação e funcionamento do sistema, em
Noronha, foi realizado pela equipe local da Coordenação Distrital de
Saúde de Fernando de Noronha, com apoio científico do Departamento de
Entomologia da Fiocruz PE. Essas interferências começaram a ser
implantadas no final deste ano. As vilas estão sendo priorizadas,
respectivamente, pela presença do vírus dengue, a quantidade de vetores e
o número de habitantes. No caso dos imóveis têm prioridade, nessa mesma
ordem, os que representam maior risco de transmissão da dengue
(hospitais, escolas e pousadas) e os com maior densidade do vetor.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Mosquito da dengue criou resistência a repelente, diz pesquisa
Uma pesquisa conduzida por cientistas na Grã-Bretanha revelou que o mosquito da dengue aparentemente desenvolveu resistência a um princípio ativo presente na maioria dos repelentes atualmente comercializados no mundo, inclusive no Brasil.
A substância, conhecida como DEET, ou dietiltoluamida, é largamente empregada em repelente contra insetos, combatendo mosquitos, pernilongos, muriçocas e borrachudos. O composto age interferindo nos receptores sensoriais desses animais, inibindo seu desejo de picar o usuário.
O estudo, divulgado pela publicação científica Plos One, analisou a reação de mosquitos da espécie Aedes aegypti, vetores da dengue e da febre amarela, à substância. Os cientistas concluíram que, ainda que inicialmente repelidos pelo composto químico, os insetos depois o ignoraram.
Eles recomendaram que governos e laboratórios farmacêuticos realizem mais pesquisas para encontrar alternativas à DEET.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dengue é hoje a doença tropical que se propaga mais rapidamente no mundo. Nos últimos 50 anos, sua incidência aumentou 30 vezes, o que pode transformá-la em uma pandemia, advertiu o órgão.
Isca
Para provar a eficácia da DEET os cientistas pediram a voluntários que aplicassem repelente com DEET em um braço e soltaram mosquitos.
Como esperado, o repelente afastou os insetos. No entanto, poucas horas depois, quando ofereceram aos mesmos mosquitos uma nova oportunidade de picarem a pele, os cientistas constataram que a substância se mostrou menos eficiente.
Para investigar os motivos da ineficácia da DEET, os pesquisadores puseram eletrodos na antena dos insetos.
"Nós conseguimos registrar a resposta dos receptores na antena dos mosquitos à DEET, e então descobrimos que os mosquitos não eram afetados pela substância", disse James Logan, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, instituição que realizou o estudo.
"Há algo sobre ter sido exposto ao composto químico pela primeira vez que muda o sistema olfativo dos mosquitos. Ou seja, a substância parece mudar a capacidade dos mosquitos de senti-la, o que a torna menos eficiente", acrescentou.
Uma pesquisa anterior feita pela mesma equipe descobriu que as mudanças genéticas em uma mesma espécie de mosquito podem torná-los imunes à DEET.
"Os mosquitos evoluem muito rapidamente", disse ele. "Quanto mais nós pudermos entender sobre como os repelentes funcionam e os mosquitos os detectam, melhor poderemos trabalhar para encontramos soluções para o problema quando tais insetos se tornarem resistentes à substância".
O especialista acrescentou que as descobertas não devem impedir as pessoas de continuarem usando repelentes com DEET em áreas de alto risco, mas salientou que caberá aos cientistas tentar desenvolver novas versões mais efetivas da substância.
Para complementar o estudo, os pesquisadores britânicos agora planejam entender por quanto tempo o efeito dura depois da primeira exposição ao composto químico.
A equipe também deve estudar o efeito em outros mosquitos, incluindo espécies que transmitem malária.
Brasil
No Brasil, a dietiltoluamida está presente na maioria dos repelentes encontrados à venda. Produtos com termetrina e citronela também podem ser achados, mas em menor número.
Não é a primeira vez, entretanto, que a substância causa polêmica.
No ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu à consulta popular uma proposta de resolução para assegurar a segurança e a eficácia dos repelentes a ser adotada pelos fabricantes.
No documento, cujo objetivo era disciplinar o comércio desse tipo de produto, o órgão determinava, por exemplo, a proibição do uso de repelentes com DEET em crianças menores de dois anos, além de informar sobre a necessidade de um estudo prévio para produtos com dosagem acima de 30% para um público acima de 12 anos. Em altas dosagens, especialmente em crianças, repelentes com DEET podem ser tóxicos.
Em entrevista à BBC Brasil, Jorge Huberman, pediatra e neonatologista do Hospital Albert Einstein e diretor do Instituto Saúde Plena, sugeriu alternativas ao uso de repelentes com DEET.
"É comum que depois de algum tempo os mosquitos adquiram certa imunidade ao produto, ainda que sejam necessários mais estudos para comprovar tal tese", explicou.
"Como alternativa, as pessoas podem usar repelentes com citronela e tomar complexo B, cujo cheiro desagrada os mosquitos, além, é claro, de usar mosquiteiros", disse.
Uma pesquisa conduzida por cientistas na Grã-Bretanha revelou que o mosquito da dengue aparentemente desenvolveu resistência a um princípio ativo presente na maioria dos repelentes atualmente comercializados no mundo, inclusive no Brasil.
A substância, conhecida como DEET, ou dietiltoluamida, é largamente empregada em repelente contra insetos, combatendo mosquitos, pernilongos, muriçocas e borrachudos. O composto age interferindo nos receptores sensoriais desses animais, inibindo seu desejo de picar o usuário.
O estudo, divulgado pela publicação científica Plos One, analisou a reação de mosquitos da espécie Aedes aegypti, vetores da dengue e da febre amarela, à substância. Os cientistas concluíram que, ainda que inicialmente repelidos pelo composto químico, os insetos depois o ignoraram.
Eles recomendaram que governos e laboratórios farmacêuticos realizem mais pesquisas para encontrar alternativas à DEET.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dengue é hoje a doença tropical que se propaga mais rapidamente no mundo. Nos últimos 50 anos, sua incidência aumentou 30 vezes, o que pode transformá-la em uma pandemia, advertiu o órgão.
Isca
Para provar a eficácia da DEET os cientistas pediram a voluntários que aplicassem repelente com DEET em um braço e soltaram mosquitos.
Como esperado, o repelente afastou os insetos. No entanto, poucas horas depois, quando ofereceram aos mesmos mosquitos uma nova oportunidade de picarem a pele, os cientistas constataram que a substância se mostrou menos eficiente.
Para investigar os motivos da ineficácia da DEET, os pesquisadores puseram eletrodos na antena dos insetos.
"Nós conseguimos registrar a resposta dos receptores na antena dos mosquitos à DEET, e então descobrimos que os mosquitos não eram afetados pela substância", disse James Logan, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, instituição que realizou o estudo.
"Há algo sobre ter sido exposto ao composto químico pela primeira vez que muda o sistema olfativo dos mosquitos. Ou seja, a substância parece mudar a capacidade dos mosquitos de senti-la, o que a torna menos eficiente", acrescentou.
Uma pesquisa anterior feita pela mesma equipe descobriu que as mudanças genéticas em uma mesma espécie de mosquito podem torná-los imunes à DEET.
"Os mosquitos evoluem muito rapidamente", disse ele. "Quanto mais nós pudermos entender sobre como os repelentes funcionam e os mosquitos os detectam, melhor poderemos trabalhar para encontramos soluções para o problema quando tais insetos se tornarem resistentes à substância".
O especialista acrescentou que as descobertas não devem impedir as pessoas de continuarem usando repelentes com DEET em áreas de alto risco, mas salientou que caberá aos cientistas tentar desenvolver novas versões mais efetivas da substância.
Para complementar o estudo, os pesquisadores britânicos agora planejam entender por quanto tempo o efeito dura depois da primeira exposição ao composto químico.
A equipe também deve estudar o efeito em outros mosquitos, incluindo espécies que transmitem malária.
Brasil
No Brasil, a dietiltoluamida está presente na maioria dos repelentes encontrados à venda. Produtos com termetrina e citronela também podem ser achados, mas em menor número.
Não é a primeira vez, entretanto, que a substância causa polêmica.
No ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu à consulta popular uma proposta de resolução para assegurar a segurança e a eficácia dos repelentes a ser adotada pelos fabricantes.
No documento, cujo objetivo era disciplinar o comércio desse tipo de produto, o órgão determinava, por exemplo, a proibição do uso de repelentes com DEET em crianças menores de dois anos, além de informar sobre a necessidade de um estudo prévio para produtos com dosagem acima de 30% para um público acima de 12 anos. Em altas dosagens, especialmente em crianças, repelentes com DEET podem ser tóxicos.
Em entrevista à BBC Brasil, Jorge Huberman, pediatra e neonatologista do Hospital Albert Einstein e diretor do Instituto Saúde Plena, sugeriu alternativas ao uso de repelentes com DEET.
"É comum que depois de algum tempo os mosquitos adquiram certa imunidade ao produto, ainda que sejam necessários mais estudos para comprovar tal tese", explicou.
"Como alternativa, as pessoas podem usar repelentes com citronela e tomar complexo B, cujo cheiro desagrada os mosquitos, além, é claro, de usar mosquiteiros", disse.
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE
Saúde abre inscrições para médicos plantonistas
A Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco recebe, a partir desta
sexta-feira (22), as inscrições no concurso público que visa o
preenchimento de 248 cargos de médico plantonista. Aos portadores de
necessidades especiais será reservado o percentual de 3% do total de
vagas ofertadas. A prova de conhecimentos está prevista para o dia 21 de
abril. A homologação do resultado final para o dia 31 de maio.
As vagas são nas áreas de anatomopatologia, cardiologia, cirurgia
geral, cirurgia pediátrica, cirurgia vascular, clínica médica,
infectologia, intensivista de adulto, intensivista pediátrico,
nefrologia, neonatologia, neorocirurgia, oncologia,
otorrinolaringologia, pneumologia, pediatria, psiquiatria,
tocoginecologia, traumatologia e ortopedia.
Os candidatos que forem nomeados, empossados e entrarem em exercício
cumprirão jornada de trabalho correspondente a um plantão semanal de 24
horas, ou dois plantões de 12 horas cada, para todas as especialidades
médicas.
A seleção será composta por provas e títulos, sendo todas de caráter
objetivo e com conteúdos programáticos relacionados diretamente a cada
especialidade médica. Os exames serão aplicados no Recife e nos
municípios Nazaré da Mata, Garanhuns, Caruaru, Salgueiro e Petrolina.
O certame será executado pelo Instituto de Apoio à Universidade de
Pernambuco (IAUPE/CONUPE), que será responsável pela criação dos
instrumentos técnicos necessários à inscrição, seleção e divulgação dos
resultados, além de todos os comunicados que se fizerem necessários.
Entretanto, o edital ainda não foi disponibilizado no site da empresa.
As inscrições abriram nesta sexta (22) e encerrarão no dia 17 de março no site do
IAUPE. A taxa de participação custa R$ 250,00. O boleto bancário deverá
ser pago até o dia 18 de março. A remuneração é de R$ 5.995,00, mais
gratificação de desempenho.
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