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Pernambuco // boas vindas

Com homenagens ao frevo e a Naná Vasconcelos, Recife tem abertura de Carnaval emocionante

Fonte: NE10

Naná Vasconcelos comandou 10 nações de maracatu simultaneamente no Marco Zero

Foto: Gabriel Ferreira/ Divulgação

Vanessa Silva Do NE10 No ano em que homenageou o percussionista pernambucano Naná Vasconcelos e o fotógrafo Alcir Lacerda, o Carnaval do Recife protagonizou uma de suas aberturas mais emocionantes. A noite no Marco Zero - polo principal da folia - começou com os tambores de dez nações de maracatu vibrando com força tal que era possível sentir o chão tremer em frente ao palco. Difícil ficar impassível diante do som emitido pelas alfaias, taróis e gonguês comandadas pelo maestro Naná. A noite contou ainda com muitas homenagens ao frevo, soberano em Pernambuco. Mais de 20 artistas emprestaram suas vozes ao ritmo recentemente coroado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco.

Fotos: Vanessa Silva/ NE10


Com o show batizado de "Frevo: Patrimônio do Mundo", o maestro Spok fez o Marco Zero ferver na noite desta sexta-feira. Artistas como André Rio, Silvério Pessoa, Otto, Lenine, Roberta Sá, Armandinho, Elba Ramalho, Fafá de Belém, Nena e Ylana Queiroga brindaram o público com as canções de diversos compositores do ritmo, como Capiba e Nelson Ferreira.

Entre os mais aclamados pela plateia estava o pernambucano Lenine. Subiu ao palco ao som dos versos de Luiz Bandeira em "Voltei Recife", e depois convidou a cantora Roberta Sá para juntos dividirem "Máscara Negra", canção de Zé Keti e Pereira. O público ficou em polvorosa, assim como no dueto entre Luiza Possi e Nena Queiroga. A filha de Zizi Possi, que já está bastante familiarizada com a festa pernambucana, fez questão de tirar as sandálias e arriscar alguns passos de frevo, empolgando ainda mais os foliões.

Outra calorosamente recebida nessa sexta-feira de Carnaval foi Fafá de Belém. A cantora desfila neste sábado de Zé Pereira (9) no Galo da Madrugada e já deu uma boa mostra do que vai ser sua participação no bloco. Fafá ainda dividiu o palco com Emílio Santiago. O mix de estrelas contou também com participação de Gennaro e Beto Ortiz, Tibério Azul, Lia Sophia, Márcia Castro e Maria Gadú, esta última que apareceu ao final do show para a despedida dos cantores.

Fotos: Vanessa Silva/ NE10


Uma noite vibrante. O recifense, que se mostrou bastante disposto para enfrentar mais um reinado de Momo, desanimou um pouco somente na hora de voltar pra casa. Mais uma vez, o problema com táxis se repetiu. Faltou carro para atender confortavelmente a multidão. Muita gente teve que atravessar a ponte a pé para tentar a sorte do outro lado, mas ainda assim a espera pelo serviço foi grande.

CORTEJO - Embora tenha encerrado por volta de 1h, a programação da abertura do Carnaval do Recife começou ainda bem cedo, por volta das 17h30. O início foi com o tradicional cortejo de maracatus de baque virado, que percorreram algumas ruas do bairro de São José comandados pelo percussionista Naná Vasconcelos. Quando todas as nações de Maracatu se encontraram no Marco Zero, houve a entrega simbólica da chave da cidade aos rei e rainha do Carnaval do Recife.

Por volta das 20h, o músico Milton Nascimento subiu ao palco e cantou Estrela é Lua Nova, composição de Heitor Villa-Lobos. Visivelmente abatido, não conseguiu animar muito o público em sua primeira aparição no Carnaval do Recife, no que compensou quando retornou ao palco com a fadista portuguesa Carminho. Depois, a Orquestra Popular do Recife, do maestro Ademir Araújo, levou o frevo de volta para o palco.